Solo • Ricardo Jacinto • LP • OSSO • 2024

Música composta e interpretada por Ricardo Jacinto utilizando o Sistema de Violoncelo Explodido, projetado no Sonic Arts Research Center, Belfast [2014-2018]

Trabalho que dá sequência à exploração do dispositivo eletroacústico intitulado “MEDUSA”, que o artista sonoro e violoncelista concebeu com o objectivo de criar um sistema de amplificação com microfones posicionados em diferentes partes do violoncelo, e de um método de difusão multicanal com altifalantes de contacto acoplados a objetos ressonantes. Essa abordagem amplia a possibilidade de fragmentação e dispersão sónica das suas ações no corpo do instrumento, articulando a sua auscultação microscópica com a paisagem sonora e a acústica do espaço circundante.

Este registo é precisamente o resultado desse organismo em mutação evolutiva que Jacinto tem vindo a testar, fortalecer e apurar ao longo da última década. Alicerçado em torno desse território sónico em que o violoncelo é “refeito” tanto a partir das suas entranhas de madeira, metal e crina, como da matéria das várias transduções elétricas e digitais que operam no sistema da “MEDUSA”.

Ao longo das sete faixas do álbum, a música navega por domínios sónicos amplamente texturais, contaminados por feedbacks, ressonâncias e pelos ruídos inerentes aos impulsos físicos do músico e do seu instrumento, entrelaçados numa miríade de sons micro e macroscópicos onde a experiência das matérias melódicas e harmónicas resultam num todo enigmático e original.

Music composed and performed by Ricardo Jacinto using the Exploded Cello System designed at the Sonic Arts Research Center, Belfast [2014-2018]

This work continues the exploration of the electroacoustic device titled “MEDUSA,” which the sound artist and cellist conceived with the aim of creating an amplification system with microphones positioned in different parts of the cello, and a multichannel diffusion method with contact speakers coupled to resonant objects. This approach expands the possibility of sonic fragmentation and dispersion of his actions on the body of the instrument, articulating its microscopic listening with the sound landscape and the acoustics of the surrounding space.

This recording is precisely the result of this organism in evolutionary mutation that Jacinto has been testing, strengthening, and refining over the last decade. It is grounded in this sonic territory where the cello is “remade” both from its wooden, metal, and horsehair entrails, as well as from the matter of the various electrical and digital transductions that operate within the “MEDUSA” system.

Throughout the seven tracks of the album, the music navigates through largely textural sonic domains, contaminated by feedback, resonances, and the inherent noises of the musician's physical impulses and their instrument, interwoven in a myriad of micro and macroscopic sounds where the experience of melodic and harmonic materials results in an enigmatic and original whole.